LIVRO

Introdução


Pois bem, demorei muito tempo pensando na maneira com que me dirigiria a vocês, família, amigos e conhecidos, e acabei por decidir que o faria de maneira espontânea e clara, to começando a escrever um livro, não sei se vai dar certo mas é uma idéia interessante, quero contar aqui no blog. As histórias que a nossa família viveu e ainda vive, principalmente os fatos e lendas que cercavam nosso patriarca o Velho Dito Zabé (Bendito Cursino dos Santos), foi devido uma frase que o mesmo sempre dizia e das comparações que minha mãe e minha tia Lourdes fazem de mim com ele que decidi homenageá - lo, e também guardar paras próximas gerações dos Cursinos Zabé, as histórias do nosso Patriarca e de nossa Matriarca Maria José de Oliveira Santos, espero que seja agradável a todos os que já conhecem boa parte desta história e também a aqueles que irão ter contato com este passado tão próximo que tivemos.
Afinal não existe arte se não arriscarmos a pratica la.

Eduardo Cursino

Capitulo I

Caipira matuto em terras de caiçara

Existem pessoas que dariam tudo para voltar ao passado, e eu digo que sou uma delas, mas sei lá, a vida no passado nem sempre nos reserva grandes recordações, mas sempre nos traz boas lembranças não é verdade?
Dia desses sentado a mesa da cozinha, na casa de uma tia em Taubaté, discutíamos sobre fotos antigas e espontaneamente comentei sobre uma frase que meu bisavô sempre dizia, “temos que dar graças a Deus por não sermos antipáticos, por que é muito triste a pessoa ser antipática” e ele era considerado pelos filhos e pelos amigos um grande antipático, mas também um caipira matuto, conta minha avó Geralda (também minha madrinha de batismo) que ele gostava muito de passear, conhecer cidades e principalmente ir em Ubatuba, minha madrinha diz que “papai gostava muito de andar atoa, e principalmente de ir em Ubatuba, mas não tirava da cintura um facão enorme que ele usava nas caçadas e pra trabalha, tínhamos muita fartura em casa, também trabalhávamos desde cedo, eu mesmo comecei com oito anos, cuidava do Pedro( Pedro Zabé irmão mais novo) e tirava empreita na roça, papai também tinha uma banca no mercado e ele sempre vendia nos finais de semana as coisas que sobravam em casa, ele era bem, famoso na época”.
Bem sem mais delongas não vamos fica aqui ouvindo minha madrinha comentar de sua infância e nem falando de sua família, quem sabe nos próximos capítulos, agora vou contar uma história das viagens que o velho Dito Zabé viveu em uma de suas andanças, se notaram na fala de minha madrinha, ele gostava muito de passear e um dos destinos anuais era a cidade de Ubatuba no litoral norte Paulista, e também se notaram ele tinha o costume de andar com um enorme facão preso na cintura, pois bem o velho Dito pegou sua tropa embarcou as mulas com mantimentos que dariam para a viagem de ida e volta, já que na época não existiam estradas nem carros, era preciso ir a cavalo, o único transporte rápido da época, e saio em direção a Ubatuba, não se sabe se sozinho ou com amigos só se sabe da história, quando chegou ao destino, foi direto a hum rancho onde tinha local para os animais descansar e também redes onde ele poderia descansar, os ranchos eram muitos comuns nesta época, também não existia a pratica de turismo como existe nos dias atuais, e alem do mais, depois de enfrentar uma longa caminhada montanha a baixo montado num cavalo, qualquer pano serviria de colchão, após um longo descanso o velho Dito sai pra visitar as praias e arejar um pouco, mas com um pequeno detalhe sem larga do bendito facão que acabou provocando um certo pavor nas pessoas que moravam ali, ( imaginem só um forasteiro andando com um facão preso a cintura, e você sem saber do que o mesmo é capaz. é! imagino que certamente eu faria o mesmo que aos locais fizeram) que por sua fez o denunciaram ao delegado, que mandou dois soldados tomarem seu facão por que estava botando medo nas pessoas, então dois policias foram até o tal rancho onde ele estava e procuravam por um homem denominando estranho que andava com um facão preso a cintura, ele se apresentou meio confuso e preocupado pensando o que teria feito de errado, e eles disseram que precisavam levar o facão a delegacia por que estas eram as ordens, confuso com a solicitação dos guardas o velho começou sua apresentação teatral, “eu sou da roça, e esse facão não é pra faze mal pra ninguém não, eu uso ele pra trabalha e nas caçadas, sabe? quando vo caça capivara do um tiro na bichinha e ela cai na água, pulo pra cima dela e ali mesmo eu deixo tudo prontinho, viu é pra trabalha e como to longe de casa trouxe comigo não sai nunca da cintura e também não faço mal pra ninguém”, a estas alturas do não somente contando essa história, mas varias outras que de fato o velho viveu, os guardas já estavam encantados com a bravura daquele senhor que estava apenas a passeio na cidade.
Quando chegaram a delegacia o delegado quis explicações sobre o facão e os policiais disseram que não tinha como pega, “o homem é muito bom e não fará mal a ninguém” comentou um dos guardas, o delegado um pouco receoso pensando o que homem havia dito a seus guardas foi pessoalmente ao rancho conferir e acabou ouvindo a  mesma ladainha, e também convenceu - se das intenções do velho e durante a semana que o mesmo ficou hospedado nesse rancho, todos os dias os guardas passavam pra ouvir as suas histórias e ali todas a vezes que voltava fazia mais amigos.